a decade of zika

afterlives of an epidemic, lessons for global health

um simpósio virtual organizado pela iniciativa Vital Futures do Duke Global Health Institute (Instituto de Saúde Global da Duke University)

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18 de setembro de 2025 | 08h00 às 15h15 (fuso horário de Nova Iorque)

online

inscrições

SOBRE O EVENTO

Marcando uma década desde o surto que resultou no nascimento de milhares de crianças com deficiências graves, este simpósio virtual reúne mães ativistas brasileiras, cientistas sociais e especialistas em saúde global para discutir os legados do vírus Zika.

Há dez anos, quando a relação do vírus com malformações neurológicas congênitas veio à tona, o Zika se transformou numa emergência de saúde pública internacional. Desde 2015, milhares de mulheres nas Américas que contraíram o Zika durante a gravidez – a maioria delas de comunidades marginalizadas e empobrecidas – têm lutado para cuidar de crianças com múltiplas deficiências. Embora a emergência de saúde pública tenha terminado oficialmente somente meses após seu início, muitas famílias no Brasil e nas Américas continuam a viver com as consequências de longo prazo do surto.

Como as pessoas diretamente impactadas pelo Zika enfrentaram os desafios de viver após a epidemia? Como as ciências humanas e sociais contribuem para o conhecimento acadêmico e a defesa dos direitos das pessoas com deficiência e dos cuidados neste contexto? Quais lições o Zika traz para a saúde global em um mundo em que doenças infecciosas debilitantes, muitas induzidas por mudanças climáticas, continuam a ter efeitos duradouros nas comunidades mais vulneráveis?

Este simpósio tem como objetivo amplificar as vozes das pessoas mais afetadas pelo Zika, destacar as contribuições das ciências sociais para nossa compreensão dos impactos humanos do Zika e promover conversas críticas sobre como a saúde global pode abordar questões de deficiência e cuidados após surtos de doenças infecciosas.

Este evento é gratuito e aberto ao público, com o apoio da iniciativa Vital Futures do Duke Global Health Institute e do Josiah Charles Trent Memorial Fund (Bolsa em Memória de Josiah Charles Trent).

AGENDA

Todos os horários são em Eastern US Time (fuso horário de Nova Iorque)

8h00 às 8h15

Abertura
Eliza Williamson

8h15 às 9h45

Vivências e ativismo das famílias

Mães-ativistas apresentam sobre as suas vivências e seu ativismo.

Convidadas confirmadas:

  • Nádia Maria Oliveira da Silva (Unizika)
  • Erijessica Pereira da Silva Araújo (Unizika / Associação Macro Amor de Mossoró – Rio Grande do Norte)
  • Eulina Farias (AMAE – Bahia)
  • Joana Passos (mãe de Gabriela, Bahia)

9h45 às 10h00

Intervalo (15 min)

10h00 às 11h30

O Zika e as ciências sociais

Cientistas sociais apresentam sobre o seu trabalho com pessoas afetadas pelo vírus Zika.

Convidados confirmados:

  • Gustavo Corrêa Matta (Psicólogo e Doutor em Saúde Coletiva, Fundação Oswaldo Cruz)
  • Thais Valim (Antropóloga, Universidade de Brasília)
  • Hannah Kuper (Epidemiologista, London School of Hygiene and Tropical Medicine)
  • Rosamund Greiner (Antropóloga e Especialista em Saúde Global, Pesquisadora do projeto RECENTRE)
  • K. Eliza Williamson (Antropóloga, Duke University)

11h30 às 12h00

Intervalo (30 min)

12h00 às 13h15

Palestra

Debora Diniz, PhD
Antropóloga e Defensora de Direitos Humanos
Universidade de Brasília e Fundação Oswaldo Cruz

13h15 às 13h20

Encerramento
Eliza Williamson

13h20 às 13h30

Intervalo (10 min)

13h30 às 15h00

(somente convidados)

Roda de conversa: Viver e cuidar no “depois” de uma epidemia – Lições do Brasil para o mundo

Uma roda de conversa, com a participação de convidados de todas as sessões do simpósio, assim como pesquisadores da Duke University.

SOBRE OS CONVIDADOS

PALESTRANTE

Debora Diniz

Debora Diniz é cofundadora do Anis: Instituto de Bioética, um dos principais grupos feministas dedicados à bioética e aos direitos humanos na América Latina. Antropóloga de formação, é professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília e da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, Brasil. Desde o início de 2016, Diniz tem trabalhado em projetos de pesquisa, comunicação, defesa e liderança comunitária relacionados ao vírus Zika e seus impactos na saúde e nos direitos das mulheres e crianças. Diniz também dirigiu oito documentários que ganharam mais de 50 prêmios, incluindo “Zika” (2016), que conta a história de cinco mulheres que sobreviveram à epidemia de zika no sertão brasileiro. Ela também é autora de vários artigos e livros revisados por pares, incluindo Zika: From the Brazilian Backlands to Global Threat [Zika: do sertão nordestino à ameaça global] (Zed Books, 2017).

Vivências e ativismo das famílias

Nádia Maria Oliveira da Silva

Nádia Silva é nordestina em terras cariocas, técnica em telecomunicações e acadêmica de psicopedagogia, mãe da Lorena (com Síndrome Congênita do Zika Virus) e da Lia (criança típica). Ela é ativista pela inclusão e militante contra o capacitismo. É diretora da Associação Lótus – acolhimento e defesa dos direitos das crianças com SCZV, e atua como representante nacional da Unizika do Rio de Janeiro.

Eulina Farias

Eulina Farias é fundadora e presidente da Associação de Microcefalia com Acolhimento e Empatia (AMAE), organização que atua no acolhimento e defesa dos direitos de crianças com deficiência e suas famílias. Ativista incansável desde que se tornou mãe de Deividy, Eulina transformou sua dor em luta e sua maternidade em missão. É conselheira titular no Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e no Conselho Municipal de Saúde de Salvador, onde contribui ativamente na construção de políticas públicas inclusivas. Sua trajetória é marcada pelo compromisso com o cuidado, pela escuta empática e pela busca por justiça social.

Joana Passos

Joana Passos é mãe de Alice e Gabriela, esta última nascida com microcefalia e síndrome congênita do Zika Vírus. Joana é ativista social e fundadora da ONG Abraço à Microcefalia, psicóloga em formação e especialista em Educação Especial e Saúde Mental Materna. Ela é palestrante e idealizadora do grupo terapêutico de mulheres “Tenha-se”.

Erijessica Pereira da Silva Araújo

Erijessica Pereira da Silva Araújo é advogada e mãe atípica, trajetória que marca profundamente sua atuação profissional e pessoal. Formada com especialização em Direito Previdenciário e Processo do Trabalho, construiu uma carreira pautada pela defesa de direitos sociais, com destaque para sua expertise em Direito à Saúde. Seu compromisso com a garantia de acesso a cuidados e políticas públicas a levou a atuar como advogada da Associação Nacional Unizika, além de ter exercido, entre 2017 e 2021, a presidência da Associação Macro Amor de Mossoró/RN, onde liderou iniciativas em prol de famílias e pessoas com deficiência.

O Zika e as ciências sociais

Rosamund Greiner

A Dra. Rosamund Greiner é pesquisadora feminista que utiliza métodos qualitativos, etnográficos e participativos para investigar desigualdades na saúde. Ela é pesquisadora do projeto RECENTRE, que visa estabelecer uma rede de pesquisa interdisciplinar para compreender melhor as doenças infecciosas (re)emergentes em pessoas grávidas/lactantes e bebês. A Dra. Greiner trabalhou anteriormente como professora de Saúde Global na University College London. Ela concluiu seu doutorado no Instituto de Saúde Global da UCL, e sua tese de doutorado investigou gênero, deficiência e cuidados no contexto da síndrome congênita do Zika em Barranquilla, Colômbia.

Hannah Kuper

A Professora Hannah Kuper é fundadora e co-diretora do Centro Internacional para Evidências em Deficiência da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, que trabalha para expandir as atividades de pesquisa e ensino da LSHTM no campo da deficiência global. A Prof. Kuper é epidemiologista de formação. Ela é apaixonada por melhorar a equidade em saúde para pessoas com deficiência, com foco particular nas pessoas que vivem em países de baixa e média renda. Ela também é cofundadora da Iniciativa Missing Billion, que promove a equidade em saúde para pessoas com deficiência em todo o mundo, e professora de pesquisa global do NIHR (Instituto Nacional para Pesquisa em Saúde e Cuidado).

Gustavo Corrêa Matta

O Dr. Gustavo Corrêa Matta é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro. Ele é especialista em Saúde Coletiva com ênfase em políticas e planejamento de saúde e coordena a Rede de Ciências Sociais do Zika na Fiocruz.

Thais Valim

A Dra. Thais Valim é uma antropóloga brasileira com doutorado em Antropologia Social pela Universidade de Brasília. Sua pesquisa investiga a coprodução de conhecimento científico e saúde pública durante a epidemia do vírus Zika no Brasil, com foco em colaborações científicas, infraestruturas de pesquisa e o papel das crianças na produção de evidências. Ela trabalha na interseção entre estudos de ciência e tecnologia (STS), antropologia médica e antropologia da infância.

K. Eliza Williamson

K. Eliza Williamson é antropóloga da saúde que trabalha questões de cuidado em contextos de crise e desigualdade social. Está escrevendo um livro baseado em dez anos de pesquisa etnográfica sobre como famílias na Bahia, Brasil, lidam com a deficiência, o cuidado e a reparação após a epidemia do vírus Zika. A sua pesquisa foi financiada por diversas agências, incluindo a Wenner-Gren Foundation for Anthropological Research e o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Atualmente, ela é pós-doutoranda no Duke Global Health Institute, onde trabalha com Harris Solomon na iniciativa global de medicina social e humanidades da saúde “Vital Futures”.

perguntas?

adecadeofzika@duke.edu

image credit

background image: “Zika Virus Particles” by NIAID is licensed under CC BY 2.0.